quinta-feira, 11 de setembro de 2008

:: sugestão ::



"if you don't kiss me right now
i'm gonna scream!"


(minha vida sem mim)

"Em razão da fraqueza de nossa natureza", escreve Espinosa, "é necessário amar algum objeto e nos unir a ele para existir". Somos fracos demais para vivermos sós. Fracos demais para nos bastarmos. E mesmo egoístas demais para sê-lo absolutamente. Amar apenas a si? Isso seria amputar-se do mundo e da humanidade, fechar-se no próprio espelho, na própria miséria, nas próprias angústias. Não amar nada? Isso seria viver sem alegria, sem prazer, sem desejo - seria já estar morto. É o que nossos médicos chamam de melancolia, no sentido psiquiátrico do termo (não mais a "felicidade de estar triste", que faz parte da condição humana, mas a "perda da capacidade de amar", como dizia Freud, que conduz apenas ao nada), não tanto uma filosofia, ainda que niilista, mas uma patologia. Doença mortal, urgência psiquiátrica: o suicídio, se não houver tratamento, é um perigo a curto prazo. Não se pode viver sem amor, e essa fraqueza é nossa força, e essa força - o poder, o conatus, a alegria - é a única fraqueza que vale". (André Comte Sponville)