sexta-feira, 15 de junho de 2007

:: she's my pride and joy ::


:: CASEY DIENEL ::
[ ENTREVISTA EXCLUSIVA ]

Tenho mais capítulos bacanas na minha novelinha com a Casey Dienel, aquela cantora, compositora e pianista americana por quem eu fui encantado faz tempo. Menina-prodígio do indie, a moça de 21 aninhos de idade lançou ano passado aquele que eu já considero um dos grandes álbuns de uma cantora-compositora nesta década - o doce, sublime e completamente adorável "Wind-Up Canary". O mais legal é que pela primeira vez estou tendo um contato mais íntimo com algum dos meus ídolos! E tô curtindo essa sensação de ser alguém pra ela, e não somente mais um anônimo no meio de uma multidão de fãs sem rosto...

A Casey tem a honra de ser minha primeira namorada imaginária americana (e eu já confessei a ela sobre os abusos que estou ousando aqui na minha imaginação com relação à ela...), minha primeira platonice internacional! (Uau, sou tão bom em amores platônicos que agora sou todo cosmopolita e tenho um crush pesadíssimo por essa talentosíssima estadunidense... O próximo passo é arranjar uma platonice com uma francesa - só não pode ser a Carla Bruni porque aí a concorrência é muito alta). Nem queria voltar a me derreter em elogios à Casey, porque isso já está se tornando monótono e enjoativo, mas as coisas que andaram acontecendo no nosso tórrido love affair só me deixam dizer que ela é uma das meninas mais doces, meigas, inteligentes e encantadoras desse mundo. Oh gosh, what a girl!

Cheguei do Rio e estava lá, me esperando na caixa de e-mails feito um presente debaixo da árvore de Natal, uma das coisas que eu mais curti receber em toda a história do meu relacionamento de anos com essa maravilha moderna que é o correio eletrônico. Desde que eu mandei pra Casey uma cartinha de amor, tempos atrás, nós começamos meio que a nos corresponder - e um tempo atrás eu tive a idéia brilhante de que ia ser bastante massa se ela me concedesse uma entrevista exclusiva. Surgiu como uma daquelas idéias que depois eu viro pra mim mesmo e me zôo: "larga de ser ridículo, Eduardo! Isso nunca vai acontecer!" Mas botei fé e, como anda acontecendo até com certa frequência na minha vida, ou pelo menos em certos setores dela, o ato de botar fé deu boa paga.

Fui lá e me fingi de gente importante: disse pra Casey, todo convencido e me fazendo de sério, que eu era um jornalista de muito renome e excelente reputação aqui na América Latina (que lorota!), que era o dono de um blog super bem-conceituado e respeitado (ká ká ká!), que era um dos manda-chuvas da Rabisco (que eu evidentemente apresentei a ela como sendo o supra-sumo do jornalismo cultural brasileiro e a mais fenomenal das revistas eletrônicas culturais do hemisfério sul!) E tive até a cara de pau de dizer que nós da revista estávamos muito interessados na música dela - usando o plural para que ela ficasse toda orgulhosa pensando que toda uma Instituição Jornalística Poderosa estava pagando mó pau para ela...

Aí, depois de dizer um monte de doçuras e elogios, de garantir que amava incondicionalmente o "Wind-Up Canary", que o tempo e as repetidas audições não tinham diminuído em nada o charme e o brilho do disco pra mim, disse que gostaríamos muito de fazer uma matéria sobre ela. Então perguntei, supliquei, implorei: será que a senhorita poderia nos conceder a honra suprema de uma entrevista?

E ela topou. Mal acreditei. Pensei que ela ia ignorar esse menino brasileiro bobo e mentiroso, que nunca foi ninguém e dessa vez se meteu a fingir ser um jornalista VIP - e pensei que ela nem ia ligar. Mas a Casey foi uma gracinha: se mostrou incrivelmente solícita e doce, demonstrando estar super alegre por eu ter gostado tanto da música dela ("i'm so glad you took such a shine to the songs!" foi a frase dela pra mim que mais marcou), se predispondo a responder qualquer questão que eu tivesse. Aí abusei e mandei um imenso questionário pra ela, misturando minha curiosidade pessoal como admirador com o meu interesse como jornalista... E as coisas que ela me mandou são incríveis. Nunca imaginei que ela fosse se dedicar tanto a essas respostas. Elas são respostas inteligentes, poéticas, instigantes, originais, reveladoras, divertidas, às vezes geniais. Modéstia à Marte, ficou uma entrevista de primeiríssima linha - mais por causa dela do que por minha causa, claro.

Depois disso minha admiração por essa garota só cresceu, até porque agora estamos quase "íntimos"! Preciso ainda editar a loonga entrevista e compor um texto introdutório, e depois ir lá ver com o povo da Rabisco se eles topam publicar, mas já deixo aqui minha (ai que orgulho!) Entrevista Exclusiva com miss Casey Dienel, pequena gênia da música americana:

Eu: Conta-se que você começou a tocar o piano com 4 anos de idade e já estava compondo canções e escrevendo letras quando tinha 10 aninhos – e é impressionante que você tenha lançado um álbum como “Wind-Up Canary” com vinte e poucos anos! Você foi considerada uma “criança especial” que desenvolveu incríveis talentos bem cedo na vida? E seus pais desempenharam um papel grande no sentido de te direcionar a aulas de música e coisas do tipo, ou foi seu próprio amor precoce pela música que te levou a começar a tocar tão jovem?

CASEY: Se eu fui uma “criança” especial, eu nunca fiquei sabendo! Mas eu de fato penso que eu fui uma espécie de “sabe-tudo”, apesar de meus pais terem criado a mim e à minha irmã para sermos bastante auto-depreciativas e humildes em relação a assuntos como arte. Mas eu definitivamente não era uma criança-prodígio, e, pior, sempre fui bastante tímida... Então eu não costumava falar muito sobre os meus interesses – eu achava que escrever canções era como qualquer outro tipo de ofício que a pessoa cultiva privativamente... Eu sempre fui um tanto reservada, misteriosa. Fui às aulas por minha própria vontade quando eu tinha 4 anos – e eu me sentia realmente atraída pelo piano e pelo violão, mas o violão era grande demais para uma menina de 4 anos! E desde então eu acho que eu sempre fui bastante auto-motivada sobre música, em parte porque eu estou fazendo música para mim mesma, e não tanto para o público... A parte do público é uma das últimas coisas que eu penso quando me ponho a fazer música.

E: Li sua confissão de que você cresceu com “o nariz enterrado nos livros” – e adivinho que foi daí que você retirou seu grande talento com as palavras... Acho que uma das grandes qualidades da sua música é o fato de ela possuir um “sabor literário” - eu posso considerá-la quase como “declamação de poesia”... Você diria que sente mais carinho pela literatura do que pela música? E quais dos grandes letristas você diria que admira mais? Você lê bastante poesia e tem alguns poetas favoritos que descreveria como inspiradores?

CASEY: Estas são questões bastante extensas! Eu acho que a literatura é a mais elevada das formas das belas artes, e, na minha opinião, a mais desafiadora de ganhar domínio sobre. Eu desde muito nutro uma profunda admiração pelo modo como as palavras são encadeadas. Na escrita, você não pode apelar para os sentidos para criar imagens ou personagens ou histórias - você tem apenas a sua esperteza para evocar emoções e visuais. É como alquimia, o verdadeiro sentido de "criar alguma coisa do nada".

Eu não diria que minhas canções são particularmente "literárias", mas eu realmente dedico um bom bocado do meu tempo para as letras, tentando criar imagens que são imediatamente visuais para o ouvinte, ainda que seja algo ou alguém que eles não estejam familiarizados com. Outros letristas que conseguem me transportar para outro tempo e espaço são provavelmente Leonard Cohen e Bob Dylan, mas eu também penso, em termos mais simples, nos Beatles.

Cohen e Dylan usam detalhes sem serem arbitrários, para aprofundar a pintura do retrato - ao mesmo tempo que criam incríveis melodias e estruturas de canção. Lennon & McCartney podiam pegar linguagem simples e revivê-la com uma idéia de sentido completamente nova. Eu acho que as canções dos Beatles são tão clássicas porque as letras são tão honestas e permitem que as melodias carreguem as músicas. Algumas vezes músicas só precisam ser músicas! E é importante ser cauteloso quanto ao que a música significa pra você, ao invés de tentar empanturrá-la com frases ou versos exóticos.

Quanto aos poetas, eu tenho um pouco de vício em relação a livrinhos e panfletos de poesia! Gosh!, eu acho que meu favorito é o Frank O'Hara, apesar de eu estar passando por uma coisa grande com a Gertrude Stein... sem falar que um amigo meu acabou de me passar coisas do James Tate para folhear. Eu acho que o que me interessa atualmente são os ritmos sintáticos criados pela colocação de certas vogais/consoantes/sílabas lado a lado.

E: É fácil de notar, ao ouvir as suas letras, que você freqüentemente utiliza um monte de personagens fictícios, de um modo que me lembra um pouco o método de composição do Bob Dylan ou do Bruce Springsteen, diferenças postas de lado... Frankie e Anette, o Doutor Monroe, Baby James: de onde saíram todos esses personagens? Eles são puros produtos da sua imaginação ou são construídos com partes de pessoas que você conhece? Talvez alguns deles sejam pessoas de verdade? O que eles são: alter-egos, amigos imaginários, talvez fantasmas...? Fale um pouquinho dessas tuas “crianças”! :)

Casey: Eu acho que os personagens se originam de uma base de dados de observações pessoais cotidianas - coisas que eu noto em pessoas que amo ou pessoas que não conheço. Eles também têm a tendência de derivar de eventos ou lugares - acho que muitas vezes quando estou escrevendo sobre uma pessoa estou na realidade escrevendo sobre muitas pessoas ao mesmo tempo. Mas eu não tenho muita certeza sobre de onde eles vêm - algumas vezes certos personagens são imediatamente visualisados, outros precisam de tempo para serem filtrados e se materializarem fora da névoa da minha memória. Eu procuro não analisar demais isto, pelo medo de que um dia estas visões possam desaparecer! Eu não sei se você está se referindo a eles como crianças porque eu os tive nos passado - mas essa seria uma comparação adequada. Eu acabo vinculada e conectada a eles de um modo tal que é difícil pra mim separá-los de mim mesma. Eu unicamente tento "criá-los" de um modo que eles possam ficar de pé por si mesmos, e dar a eles o máximo que posso antes que eles sejam lançados para o mundo.


E: Falemos um pouco sobre os teus planos para o futuro. Eu li que você está preparando um novo EP chamado Vessels e está fazendo alguns shows por aí (nos EUA), mas há previsão para novos álbuns? A música é realmente um projeto de longo-prazo pra você, ou seja, você tem a intenção de criar dúzias de álbuns e ter uma carreira que se estenda por décadas?

CASEY: Putz! Quantas questões grandes! Bom, o EP Vessels, por hora, é algo que eu botei na minha seção de coisas adiadas , mas estive trabalhando em alguns projetos maiores – mas eu não posso falar sobre eles ainda. Eu dediquei praticamente o ano todo para fazer outras coisas que adoro – pintar, cozinhar, fazer bolos e melhorar na bicicleta e na yôga. A música eu acho algo tão intrínseco ao modo como eu me viro na vida do dia a dia, que neste momento eu não vejo qualquer razão que me impeça de estar fazendo canções até a terceira idade. Mas o tempo algumas vezes tem outros planos em mente, e eu não tenho a menor vontade de arranjar briga com o tempo. Minha esperança é que eu possa continuar fazendo isso e que possa continuar a me perguntar as Questões Duras e Assustadoras. Eu realmente não tenho expectativas concretas – ideais de sucesso e coisas assim. Eu só me certifico de perguntar a mim mesma enquanto vivo: “você está feliz?” Se eu acabar sendo uma velhinha trabalhando numa livraria no Maine com um pequeno jardim de vegetais, não me sentirei decepcionada!

E: Li uma crítica (na Pitchfork) chamando suas letras de “nonsense espertinho” – se me lembro bem, você foi comparada com o Stephen Malkmus, o cara do Pavement. Isso te incomoda? Suas letras e versos são “repletos de sentido”, mesmo que alguns deles sejam claros somente para você, ou você acredita que há muito jogo de palavras e que você usa as palavras como “brinquedos”? Há realmente um pouco de “clever nonsense” aqui e ali?

CASEY: Eu me pergunto às vezes se é responsabilidade do escritor e do artista tornar tudo claro para o leitor – ou se um pouco de material nebuloso é saudável e nos lembra de pensarmos por nós mesmos. Falando geralmente, eu me enquadro nesta última categoria. Eu não me importo de me sentir desorientada se isso me faz questionar as coisas – e acho que como uma cultura nós deveríamos ser muito mais céticos e questionadores daquilo que as pessoas fazem ou dizem. Não sei se isso soa cínico – mas eu acho que é saudável questionar algo antes de você digerir e arquivar na tua enciclopédia mental. Nós devemos isso à nossa psique! Eu sugeriria a qualquer pessoa que questione qualquer coisa que eu digo, inclusive isso que estou propondo agora. O que é que eu sei?!

Então será que é mesmo “nonsense espertinho”? No passado, eu acho que tinha sim muito mais linguagem arbitrária [nas minhas letras], palavras e expressões se concatenando simplesmente porque eu curtia o jeito como elas soavam ou como eu as sentia na minha boca. Atualmente eu tento conciliar esse prazer com algo mais coeso. Na minha experiência, uma canção pode ser sobre muitas e muitas coisas diferentes. Eu escrevo baseada em tópicos, mas também de um modo meio caleidoscópico. Então eu sempre sei sobre o que fala a música, e isso é tudo o que me importa, mesmo que seja a respeito de três eventos, pessoas ou lugares díspares que, quando listados numa página, conectam-se na minha mente para formar um quadro mais vasto. Seria uma extrema perda de tempo, energia e paz mental me deixar aborrecer e sair do sério por causa das interpretações que as pessoas fazem das minhas canções – eu aprendi a não levar a coisa tão pessoalmente. Enquanto eu sei das minhas intenções, me sinto ok.


E: Agora uma pergunta mais filosófica, talvez um tanto difícil de responder! Em algumas das suas letras, eu posso sentir uma espécie de “angústia”, talvez, em relação à passagem do tempo e ao fato de que a alegria sempre parece ser efêmera – a alegria e tudo o mais que existe, na verdade. Como quando você canta: “assim que nos acostumamos com uma estação ela se vai, e é somente com isso que podemos contar...” (em “Cabin Fever”), ou no lindo verso de “Better in Manhattan” que diz que “o paraíso é um lugar que se visita, mas não um lugar pra se morar”, ou mesmo no triste finalzinho de “Fat Old Man” em que você diz: “nada muda quando você se vai, tudo prossegue...”). Você realmente percebe o mundo como um “oceano de impermanência”, por assim dizer?

CASEY: Hmmmm... Bom, eu não diria que eu sinto qualquer sensação de “angústia” em relação à mortalidade. A mortalidade é a nossa verdade como humanos, e acho que a verdade nos libera de sermos só ‘alegres’ ou só ‘tristes’. Nós somos máquinas complexas, e frequentemente sentimos ambas essas emoções, tudo ao mesmo tempo, às vezes uma mais que a outra, mas eu considero quase impossível realmente separá-las. Não gosto de dissecar e esclarecer os sentidos das canções para os ouvintes – em parte porque eu fico realmente super curiosa para ver como os outros as interpretam! Eu coloco elas pra fora com esperanças de que elas se tornem mais do que somente canções minhas. Mas eu acho que apesar do tempo nos lembrar freqüentemente de que é ele quem está no comando, há uma boa razão que explica porque nós o marcamos com aniversários, feriados, festivais, estações etc. A transformação do mundo é bonita, mesmo que ele não seja permanente.

E: Apesar de não dar pra dizer que você escreve “canções autobiográficas” (do jeito que a Fiona Apple escreve, por exemplo), eu realmente sinto como se eu pudesse te conhecer muito bem depois de ouvir seu disco muitas vezes. Será isso uma ilusão ou será que essas músicas realmente podem servir como uma espécie de “portal para a sua alma”, um pequeno buraco na fechadura através do qual nós podemos desvendar ao menos um pouco de quem você realmente é?

CASEY: Eu tenho a tendência de me intimidar para longe do confessionalismo [I tend to shy away from confessionalism] – algo nele não se adequa muito bem à minha personalidade. Eu não me sinto como um livro aberto, talvez, e também não sou incrivelmente fascinante como pessoa. Minha vida no dia-a-dia é (não tanto...) chocantemente mundana. Minhas canções são veladamente autobiográficas, se o forem, mas eu hesitaria em dizer que existam quaisquer conclusões sobre mim como pessoa a serem tiradas depois de ouvi-las. Eu suponho que eu não sou realmente a pessoa certa para você perguntar esse tipo de coisa, mas eu não sei se é realmente possível realmente CONHECER um artista através de sua arte...

E: Estou curioso para saber um pouco sobre a repercussão da sua música fora dos Estados Unidos. Em quais países você diria que a resposta do público foi mais intensa e gratificante? E você já chegou a tocar ao vivo no exterior?

CASEY: Eu estou bastante alheia e ignorante a toda a resposta internacional. Ainda não toquei no exterior ainda, exceto no Canadá, embora eu esteja ansiosa para fazer isso no futuro. Eu realmente ainda não procurei como fazer tudo isso ainda, mas acho que a partir do próximo álbum eu gostaria de começar a viajar através dos oceanos. Eu recebo e-mails muito simpáticos da Escandinávia, e, é óbvio, do Brasil! Isso me faz divagar sobre como as pessoas descobrem sobre todos esses diferentes artistas! Eu sinto como se minha coleção de discos estacionou em 1979, e eu nunca sei quem é ninguém desses artistas novos, embora eu provavelmente deveria. Eu sequer ouço CDs! Tudo é em vinil pra mim. Eu vivo na Idade Média!


E: Você deseja se tornar uma cantora-compositora de alta vendagem ou está satisfeita sendo um tanto obscura, como um pequeno segredo que poucas pessoas compartilham?

CASEY: Eu não tenho a mínima idéia sobre como me sinto sobre o futuro – mas enquanto as coisas acontecerem de modo orgânico, vou estar contente. Não estou com pressa para chegar ao “próximo estágio” ou qualquer coisa que seja... Nem sei o que é isso. Eu nunca realmente me senti muito “romantizada” pela indústria da música. Eu respeito a necessidade que ela tem de transformar minha arte numa carreira – mas além disso eu acho que a indústria é um pouco superestimada, e isso é parte do porquê eu me rodeio com pessoas que estão fora dela. Talvez eu poderia ser mais ambiciosa, mas eu acho que estou muito mais preocupada com as músicas em si mesmas e em ser uma pessoa serena e feliz. Eu não me oponho a ter um público mais vasto ou poder me sustentar através da música, ao invés de trampar em [barista jobs] etc. Eu acho que eu tento não me concentrar muito nessas coisas – se acontecer, aconteceu. É que eu realmente não quero gastar meus 20 anos correndo por aí a ponto de não poder curtir meus amigos, família e vida cotidiana. Não vejo o sentido. A celebridade não chega nem perto de ser tão preciosa pra mim quanto estes três itens que citei. Pode soar sentimentalóide, mas é verdade!

E: Não posso resistir: vou fazer a famosa pergunta da Ilha! Quais são os 5 discos, 5 filmes e 5 livros que você levaria para uma ilha deserta para passar na companhia deles o resto da tua vida?

DISCOS:
1. Beatles—Revolver
2. Bob Dylan—Live at Albert Hall ’65
3. Joni Mitchell—Blue
4. Debussy String Quartet
5. Thelonious Monk- Monk’s Time

FILMES
1. Five Easy Pieces (Vi pela primeira vez outro dia, e acho que nunca vou conseguir me cansar dele! Parece simples no começo, mas é repleto de complexidade na essência!)
2. Harold and Maude, de Hal Ashby
3. qualquer dos curtas-metragens mudos do Buster Keaton (para serem assistidos ouvindo o disco do Thelonious Monk!)
4. Annie Hall – Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, de Woody Allen
5. My Fair Lady, de George Cukor

LIVROS
1. Beneath the Wheel do Herman Hesse
2. A Insustentável Leveza do Ser do Milan Kundera
3. I Capture the Castle do Dodie Smith
4. O Tambor do Gunther Grass
5. Chez Panisse Cooking da Alice Walters (Eu sei que parece doidice, mas eu adoro ler sobre comida quase tanto quanto curto comê-la! Esse livro de receitas é clássico.)


E: Algumas vezes eu suspeito que vocês artistas possam ficar bravos com os entrevistadores quando eles não perguntam aquilo que vocês gostariam de responder... Então vou propor um pequeno jogo bobo: faça uma questão a si mesma e a responda!

CASEY:

questão: Quando você se sente mais inspirada e feliz por estar viva?
resposta: Nos primeiros momentos da manhã ao nascer do Sol – a luz me faz desejar estar de pé e cantando. É luminosidade inadulterada – nova e um tanto insegura de si mesma, mas que se espalha sobre tudo até você sinta como se estivesse vendo o mundo pela primeira vez. Isso me faz cair apaixonada mais uma vez [It makes me fall in love all over again].


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