sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

:: beatles e victor hugo ::

Minha beatlemania tá pegando fogo... Finalmente consegui todos os Anthology em divx (salve a abençoada E-mulinha e a LAN-House do Tio Zeca!) e tenho umas 10 horas de filme sobre os Fab Four pra ver nas férias - que alegria! =) (Gravo sim. É só pedir!) Também andei assistindo filminhos de ficção bacanas sobre o assunto, tipo o Backbeat - Os 5 Rapazes de Liverpool (que conta a história dos primórdios dos Beatles no começo dos anos 60, quando ainda eram um quinteto) e o divertido retrato do frenêsi da beatlemania que o Robert Zemeckis filmou uns anos antes do De Volta Pro Futuro - o mó sessão da tarde I Wanna Hold Your Hand.

Além disso, li quase inteiro (e recomendo!) o pdf do livrinho Abracadabra, inteirinho sobre o Revolver, e consegui nos arquivões da FFLCH um xerox com um antigo Dossiê Beatles da Revista Cult que tem muitos textos bacanas. Mas a minha verdadeira vedete tem sido esta belezura aí embaixo, que eu encontrei por 20 míseras pilas na Feira do Livro da USP (por outros vintinho levei ainda uma coleta de reportagens gonzo do Hunter Thompson que eu tava paquerando faz tempo). Peço por favor para que, no ano que vem, algum amigo caridoso me amarre a um poste quando começar a Feira do Livro USPiana e não me deixe nem chegar perto da banquinha da Conrad... Porque é desastre certo para a minha conta bancária. :)



Vamos conversar mais sobre Beatles logo mais. Estou preparando "um livrinho" sobre eles...

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E acabei estes dias a leitura de um livro que me acompanhou pra cima e pra baixo pelos últimos 3 ou 4 meses, lido palavra por palavra com muito gosto, fascinação, empolgação e admiração... Até me lembrei que é possível chorar lendo um livro - coisa que não acontecia, sei lá, desde a morte da Macabéia em "A Hora da Estrela" da Clarice Lispector, lido quando eu tinha uns 16 anos de idade e achava aquilo a coisa mais comovedora que eu já tinha conhecido em matéria de arte, ou da 0cena final do "As Vinhas da Ira", com aquele feto natimorto fluindo rio abaixo e todo aquele cerimonial do amamentamento... A agonia de Jean Valjean não é menos emocionante. E lindo quando, minutos antes de afundar, ele grita: "Morrer não é nada! Horrível é não ter vivido!"

Shakespeare e Dostoiévski que me perdoem, mas Os Miseráveis foi o maior livro que eu já li - não só em número de páginas (são umas 1.300), mas o maior no sentido qualitativo de maior (cuma?!). Maior do jeito que os Beatles são os maiores do rock e o Pelé é o maior do futebol. Li esse gigante com um deslumbramento de humildade frente a algo grande, colossal, maravilhoso... Entra direto na minha lista de 5 romances - talvez no 1o lugar. Mesmo depois da página mil, eu seguia em frente e não desejava que o calhamaço se acabasse: soltei as mãos de Victor Hugo quase a contragosto, quase pedindo que ele continuasse me guiando por mais 1.000 páginas através dos destinos de Jean Valjean, Marius e Cosette...

Victor Hugo foi uma das melhores descobertas do meu 2007. Tô feliz por ter conhecido um dos grandes gênios da humanidade. Vamos conversar mais sobre Os Miseráveis logo mais...

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I'm the weak and lonely sort
But I'm not sailing just for sport
I've come to feel, out on the sea
These urgent lives press against me
I'm just a guest, I'm not a part
My tender hands and my easy heart
These several years out on the sea
Made me empty, cold and clear
Pour yourself into me.

Let fall your soft and swaying skirt
Let fall your shoes, let fall your shirt
I'm not the lady-killing sort
Enough to hurt a girl in port...

Uma das músicas mais bonitas do ano.

"Girl In Port", do Okkervil River - 6 minutos e pouco da mais fina melancolia.

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E quando eu fico triste (e isso acontece com grande frequência...), costumo gostar de escrever poesias, chorando as mágoas e dando umas escarradas no rosto da vida (vezinquando ela bem que merece...) - mas são textos que eu normalmente releio com desgosto e deixo escondidos no fundo da minha HD. Sempre que releio essas minhas abominações fico com a sensação de estar fazendo uma ridícula tentativa de construir coisas bonitas, e sempre fracassando... Mas deixo aí embaixo um destes meus abortos poéticos como... "curiosidade".