"Only love can break your heart.”
NEIL YOUNG
Seguem abaixo dois textos antigos que não postei aqui por pura vergonha: são muito sentimentais, melancólicos e cheios de nhém-nhém-nhém pra que eu realmente goste deles. Merecem o rótulo sarcástico de “literatura emo”! =) Ambos textos já têm meses de idade e eram “material de Diário”, daquelas coisas meio constrangedoras que a gente escreve e depois tranca na gaveta, mas resolvi enfrentar o meu medo de me expor e pôr aqui esses dois textículos sobre amor e melancolia. Foram escritos naqueles momentos horrorosos em que eu viro uma criancinha carente e chorona e que fica chamando de “amar” o que não passa de uma súplica vã da solidão. Garanto a vocês que esse é um dos meus eus de que eu gosto menos. Mas ele existe. E me domina frequentemente. Se estou colocando isso aqui, é mais porque acho que são textos “reveladores” : vocês vão me conhecer melhor se tirarem um tempo pra ler. Isso se alguém se interessa por essa bobagenzinha aí, me conhecer... Vocês provavelmente tem coisas melhores a fazer!...
Seria meio bobo dizer que são “mera literatura”, mas também não seria verdade se eu dissesse que são “auto-biográficos”. É algo entre os dois. O primeiro é um conto sobre escrever cartas de amor em meio ao medo da rejeição. É também sobre estar na fossa por não saber o que fazer pra conquistar aquele amor tão sonhado que iria acabar de vez com aquela porra daquele buraco negro no peito. O menino da história NÃO sou eu (por favor não cometam o clássico erro de confundir autor com personagem!), mas, bem sei, ele é um menino bem parecido comigo, ou com uns meninos aí que eu já fui (já fui uns 4.569 meninos diferentes na vida - and counting...). O segundo texto é um poema em prosa que fala sobre a maldição que é possuir um coração vivo demais e o desejo de ter um mais mortinho. Isso me lembra de uma personagem do Lawrence Durrel que diz: “Sabes quem inventou o coração humano? Se sim, me diga onde o enforcaram!” A metáfora principal eu surrupiei da Ani Di Franco. Essa mina é foda.
Sei bem que eu tenho tendências malditas pra ser dramático, levar as coisas muito a sério e me entristecer por qualquer bobagem, principalmente nesses duros “affairs of the heart”, mas tô tentando melhorar. Tem uma voz amarantina me dizendo no ouvido da consciência muitas vezes o bom conselho: “Não faz disso esse drama, essa dor...”. Não vou. Tô de boa. Não estou nada mal. Coração meio remendado com band-aids e esparadrapos, verdade. Mas pelo menos não foi fratura exposta e ele não se estilhaçou como vidro e não estou tendo que catar os cacos por aí. My heart is broke but i have some glue! Nada que SuperBonder não resolva. Ele não está nem engessado nem congelado. I can love again. And I fucking will. Um pouco difícil seguir vivendo sem amor, mas acho que já estou bem acostumado. Nunca tive muito amor mesmo...
E acho que vou seguir firme e forte nessa tentativa estúpida de tentar ser feliz. Reinventar o amor, redesenhá-lo do meu jeito, procurar quem me queira... Pr'essas coisas não existe Manual de Instruções e se tivesse eu não leria. Quero aprender assim mesmo: quebrando a cara e tendo só as lágrimas e as feridas como professoras. E quero fazer do meu jeito, mesmo que seja desengonçado e tosco. E se o desenho da vida acabar me contando que não consegui a tal da felicidade, vou tentar me contentar com ter tentado, ter lutado e ter vivido. I'll keep on searching for a heart of gold...
Um pouco difícil seguir vivendo sem felicidade, mas também já estou bem acostumado. Nunca fui muito feliz mesmo...
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