“Sempre pensei que se eu algum dia me tornasse um fenômeno do indie rock, eu amaria receber cartas de pessoas dos lugares mais estranhos na Terra – aqueles países que você nunca suspeitaria que tinham computadores, Internet ou mesmo qualquer tipo de civilização, muito menos fãs teus. Que magnífico seria descobrir que eu tinha fãs em Burkina Fasso, Hong Kong ou na Finlândia! (Não tenho um Atlas em mãos, então me perdoe se esses locais não são excêntricos o bastante. =) Seria tão fácil desculpá-los pelo mau inglês e pela falta de maneiras civilizadas...
Então pensei comigo mesmo: por que não tentar dar esse prazer para uma artista que eu carinhosamente admiro, e simplesmente fazer com que ela saiba que há alguém aqui fora, no meio do nada, que emprestou seus ouvidos para sua música e está profundamente grato pelo que ouviu? Então aqui venho eu, querida Casey, não exatamente do lugar mais bizonho ou incivilizado na face do planeta, mas como uma rara alma perdida da Selva Sul-Americana – e venho para declarar-me, orgulhosa e estrondosamente (e torcendo pra ser o primeiro a fazê-lo!) o MAIOR FÃ BRASILEIRO da Casey Dienel e de sua gloriosa e encantadora música e pessoa...”
Assim começa essa louca excentricidade que eu ousei cometer esses dias: mandar uma carta de fã para a Casey Dienel. Eu sou bobo mesmo, mas deixa eu, pô! Deixa eu brincar de ser feliz! =)
Nunca tinha feito nada do tipo na minha vida, até porque sempre achei bastante bobinhas aquelas meninas histéricas que ficavam fazendo cartas para os ídolos, escrevendo “eu te amo” ou algo parecido um milhão de vezes, até que acabassem com um rolo quilométrico que tinha que ser entregue num caminhão de mudança. Sempre achei que isso, muito mais do que uma "prova de fanatismo", era sim uma prova de estupidez e falta do que fazer. As tontinhas fazem tudo para serem notadas... E eu, o tontão aqui, decidi fazer o mesmo, agora - ou algo bem parecido. Quis que a Casey me notasse, soubesse que eu existo e tivesse certeza do meu amor pela música dela. Ser alguém pra essa menina americana que eu provavelmente nunca irei ver na minha vida, mas que gravou um dos discos mais adoráveis que eu já ouvi.
Em 2007, acho que não ouvi nenhum outro disco mais vezes e com maior prazer (with such delight...) do que o “Wind-Up Canary”. Tô apaixonado pelo álbum, pela voz tão aconchegante e meiga da Casey, por aquele climão tão sussa e pacífico (so soothing...), por aqueles personagens legais que povoam as (ótimas) letras dela, por todos aqueles versos que grudam na memória e não saem mais ("hang me out to dry when the nightmare's over..."). Tô apaixonado pela Casey. Ela tem só 21 aninhos de idade e já todo esse talento imenso para a música e para a poesia. Sem falar que, ainda por cima, é uma gatinha.
Por que uma carta justo pra Casey e não pra algum dos outros artistas de que eu gosto tanto quanto dela, talvez mais? Talvez por isso: eu pensei comigo mesmo que se eu escrevesse pra Fiona Apple ou pro Jeff Tweedy, minha carta seria só mais uma dentre milhares, provavelmente aberta por uma secretária e respondida com aqueles replys personalizados: “Agradecemos seu contato! Estamos fazendo todo o possível para melhor servi-lo! Volte sempre!” Mas a Casey é diferente. Ela é uma garota indie de verdade: ela só tem um disco lançado, só umas 20 pessoinhas na comunidade do Orkut, e continua sendo alguém que quase ninguém conhece no Brasil, alguém que ainda não recebeu nem 1% do reconhecimento que merece... E, principalmente isso: alguém que, provavelmente, nunca recebeu nenhuma carta apaixonada de um fã brasileiro e que poderá, talvez, ficar feliz de saber. Então quis fazer isso.
A carta serve como uma espécie de resenha do disco, também - aliás, era essa minha idéia original: resenhar o disco usando essa pequena "originalidade" de fazê-lo através de uma carta imaginária para a artista. Eu sei que muitos críticos de música já fizeram isso antes, e muitas vezes, então me perguntei: porque não uma carta de verdade? Assim aproveito para treinar meu inglês, inclusive escrevendo umas frases chiquérrimas e ultra-pretensiosas, só pra provar que meus anos de Cultura Inglesa não foram em vão nem o dinheiro paterno desperdiçado. Na carta eu uso “thus” e “amidst” - vejam só como sou fresco. Digo, por exemplo: “amidst all this material, your little gem shone like a pearl.” Muito chique. Me orgulho muito dessas frases.
Pensei em cortar as PARTES PORNÔ, mas no final acabei deixando. Talvez ela curta saber que foi amor platônico de algum maluquinho brasileiro... Talvez não. Talvez isso incomode.
Vocês vão me achar ridículo, o que de fato sou, e muito, mas vou compartilhar com vocês, pois, essa pequena loucura: minha carta de amor para a Casey Dienel, minha namorada imaginária americana, the lovelier girl alive. Será que ela vai responder? Eu ia ficar bestamente feliz. Será que pelo menos mandei pro e-mail certo? =D
“I’ve always tought that if someday I was to become an indie-rock phenomenon, I’d love to receive letters from people from the weirdest places on the Earth – those countries you’d never guess even had computers, Internet or even any kind of civilization, and much less fans of you. How gorgeous would to be find out I had fans from Burkina Fasso, Hong Kong or Finland! (I haven’t got an atlas at hand, so please excuse if this locations weren’t excentric enough. =) It would to be so easy to excuse their lack of good English and civilized manners…
So I said to myself: why not try to give this pleasure to an artist I fondly admire and well, just let it be known there’s someone out there, in the middle of nowhere, who lended his years and is profoundly thankful for what he has heard? So here I come, dear Casey, not exactly from the weirdest or uncivilized place on the face of the planet, but as a rare lost soul from the South American jungle - and I come to declare myself, proudly and loudly (and I’m hoping to be the first to do so!) the BIGGEST BRAZILIAN FAN of Casey Dienel and her glorious and enchanting music and person.
Your record, extremely obscure and unkown here in Brazil, was recommended to me by a Fiona Apple fan, who perceived a lot of resemblance between your music and hers (and with Regina Spektor’s also). Me, being a huge Fiona (and Regina) fan, for years, went to check you out and was positely surprised by it. More than that. I fell in love. I’m not sure if you’re pleased with the comparison with Apple and Spektor, but I think you should – there are, at least to my eyes, both so god damn great! Even tough I’ve been wondering, lately, if you are not, or at least destined to be, far greater…
I found out about “Wind-Up Canary” early this year, some weeks after publishing in my blog my listing for favorite albums of the year (Belle & Sebastian’s lovely “Life Pursuit” had won the gold medal) - and suddenly I had to regret not having included yours in my list, and surely in the podium. All throughout this year of 2007, there’s no other record I’ve heard so much and with such delight than yours – the new ones from Arcade Fire, Wilco and Black Rebel Motorcycle Club, bands I truly love, have all been left behind.
I’m sure you don’t make music to get rich (or do you?), but I feel obliged to say I’m sorry – cause I haven’t bought your CD and, thus, haven’t helped in any way to increase your income by a single penny. What a crying, crying shame. Of course it was all stolen from the Internet, and your little precious record came together with the avalanche of MP3s I daily stuff my PC with – most of the time not having the patience to go through half of the things I’ve downloaded. But, oh gosh, “Wind-Up Canary” really did make an impression. From amidst all this material, your little gem shone like a pearl. From the first time I’ve heard it, it got me in a hook and just won’t let me go. I can’t shake it off, no matter how hard I try – and I keep coming back to it as a junkie to his dope. Yeah, I’m addicted.
I use it, sometimes, as crying music for my recently broken heart, finding it absolutely soothing to let my eyes rain down my pillow to the sound of “Cabin Fever”, “Old Man” or “The La La Song”. Sometimes I find it hard not to agree when you sing: “It’s funny I like me best with a broken heart…”. I use it, too, as a sort of collection of lullabies, your being one of the female voices that make me become peaceful as an angel, in a way not even my mom could do, nowadays. I use it, too, to make me happy when times are blue and to make me happier when things are already juicy. “Everything” and “All Or Nothing” never fail to cheer me up.
“I’m going to be just fine, walking down my crooked line…” – that’s what people can hear me singing in the streets, in the shower and the college corridors. I’m glad they don’t know whose song is that. I wanna keep you like a secret, all for myself. I’m just kidding. I recommend your charms to everyone I know that digs good music. And I’ve been even saying all around you have one of the TOP 5 female lah-lah-lah of all time. And I mean it.
It’s not all good news, tough. I wish to apologize to you, frankly, for having used your “image” inside me quite disrespectfully. Yeah, I’ve made you my imaginary girlfriend in some lonely nights and lonely days. But, while we’re a continent apart and this love affair has so little chance of getting real (my crushs seldom do!), I’d be happy just to mail this letter to say, well, how much your record made me dream about how gorgeous it would be to have by my side someone so goddam perfect. Your image was not involved in any wild sexual phantasies, rest assured, cause that’s a pretty nasty thing to do. You’ve been used, kindly used, but never mis-used. It was all about sweet gifts, like chocolate boxes and little kities, and caste kisses, and cool chats by the porch, with a sweet kiss good-night afterwards….
“As soon as I’m used to one season, it moves – and that’s all we can count on…” I guess it’s Casey Dienel season in my headphones, and I hope this season lasts a while, like it has been for so long, now. If it passes, well, I’ll remember fondly how great it was. And I’ll always have the chance to get back to it just pushing play. Ain’t that great?
Thanks for existing, Casey! Thanks for having recording this freaking masterpiece I’ll never cease to love – I’m sure I’ll hear it still in the insane asylum or the nursing home for the abandoned grandaddys of the world. Thanks so very much for making music so lovely - lovelier than lovely...
And thanks for your patience in reading this huge love letter from the little boy who fell desperately in love with your music, and now is striving for the honor of being recognized as your number one Brazilian fan. =)
Kisses and hugs.
(etc.)
"O LABIRINTO DO FAUNO" [Pan's Labyrinth, de Guillermo Del Toro, Espanha/México, 2006]. Demorei pra ir ver, eu sei - nem os 3 Óscares que o filme papou me animaram a correr ao cinema para ver mais um “conto de fadas” super-produzido e metido a não-sei-quê – peguei trauma disso depois daquele horrendo e pavoroso A Dama Na Água, que o Shyamalan teve a falta-de-vergonha de cometer. Quem me convenceu a ir, mais do que o Oscar, foi a Casey Dienel, de novo ela, que escreveu uma adorável resenhola sobre o filme no blog dela.
Me mandei pr’aquela espaçosa e adorável sala do CineBombril, domingão à noite, pra conferir em digital dolby surround sound e o escambau esse mui elogiado filme do Guillermo Del Toro, antes que saísse de cartaz e eu perdesse a oportunidade de ver no cinemão. E saí do cinema maravilhado com o espetáculo que eu tinha acabado de assistir, feito criança na saída do parque de diversões. Pode até ser que o rótulo de “conto de fadas para adultos” se aplique aqui, até porque o filme tem uns momentos de violência bem horrorshow que deixariam as criancinhas bastante traumatizadas. Pode ser um conto de fadas, mas é um conto de fadas que tem COLHÕES, feito por quem já viu muito Tarantino e não economiza nos banhos de sangue e nas coisas grotescas.
“O Labirinto do Fauno” é um conto de fadas todo sujo de lama e de sangue, pra quem gosta de coisas nojentas como menininhas rastejando num rio de cocô, com insetos peçonhentos caminhando pelo corpo, indo se encontrar com sapos gigantes que se transformam em gosma, mandrágoras que parecem fetos abortados e faunos chifrudos assustadores.
Não só as criaturas que habitam esse mundo são bizarras, como também o "mundo real" retratado está cheio de violência, hostilidade e desumanidade: execuções sumárias que parecem saídas de algum filme sobre o Holocausto, cenas de tortura que caberiam num documentário sobre o DOPS e outras mutilações e rasgos na carne. As frases espertinhas que pipocaram na minha mente para dizer nessa resenha foram: “O Labirinto do Fauno” é o conto de fadas que Quentin Tarantino, quando criança, adoraria ter assistido. “O Labirinto do Fauno” é como Alice no País das Maravilhas depois de receber um tratamento com bombas pra ficar mais musculoso e viril.
Esse filme dá medo, também. Faz tempo que eu não me sentia tão criança dentro dum cinema, tendo calafrios frente aos monstrinhos, sobretudo aquele que tem os zóio na mão - manjam? Uma das minhas cenas prediletas é aquela em que a menina, usando o giz de cera mágico que abre portas nas paredes, desce naquele porãozão onde uma criatura bizonha está frente a um imenso jantar, com os globos oculares no prato. Muito medo daquele cara. Quando a menina ameaça desobedecer às ordens que tinha recebido de não beber ou comer nada durante sua estadia ali, eu quase gritava por dentro: “Não come essa uva, sua tonta! Não come! Nãão! NÃÃÃÂO!” E depois, naquela cena clichêzaça dela correndo em direção à portinha que se fecha, eu não resisti e me entreguei ao suspense. Sem a menor ironia. Eu tava realmente preocupado com ela. Juro.
Como já foi dito e redito por aí, tudo se passa na Espanha, perto do fim da Segunda Guerra Mundial, quando o General Franco ainda chefiava fascistamente o país após ter derrotado os comunistas na Guerra Civil de 1936 a 1939. O “panorama histórico” do filme é esse: os rebeldes anti-Franco armando uma guerrilha nos bosques, enquanto os militares tentam proteger sua posição. Tecnicamente, o filme é perfeito, magistral, um dos eye-candys que meus olhos mastigaram com mais delícia – não é à toa que o filme levou 3 Oscars, muitos mais do que o muito mais badalado Babel.
Resta só a questão de saber se o filme é “alienante” ou não; mas eu, que não sou sociólogo, deixo a questão em aberto. A impressão é a de que, por um lado, o filme tenta fazer o espectador se empolgar pela causa dos rebeldes, simpatizar com os “espiões” e com os ajudantes, fazendo um retrato até excessivamente “malvado” dos generais - acabando, é claro, por ser deslavadamente maniqueísta. Ao mesmo tempo, o filme está tão cheio de fantasia, que às vezes parece sugerir que somente através da ajuda das forças do além e dos bichos folclóricos é que a solução para o problema poderia ser encontrada, e não através da luta política efetiva. Mas isso tudo dá pano pra manga...
Talvez não seja nada disso, e a idéia tenha sido unicamente mostrar o mergulho profundo de uma criança no reino da imaginação num tempo onde ficar na realidade era insuportável demais. A menininha seria, como a Casey notou tão bem, uma espécie de Amélie Poulain em tempos de guerra, e tudo não passaria de mais uma saga de heroísmo em tempos difíceis, usando as muletas da imaginação... A questão “tudo aquilo era imaginado ou real?” permanece meio irrespondida, mas é óbvio que, na hora da morte, a heroína precisa crer, para suportar esse momento, que tudo valeu a pena, que ela conquistou o direito de retornar ao seio do pai e ser aprovada, numa cena de gosto duvidoso, por uma espécie de Deus. Mas o mais interessante é o que fica no ar: tudo pode ser uma ilusão que ela tem na hora da agonia. Mas tudo pode ser, se o espectador quiser, interpretado também de um jeito totalmente místico/religioso. De qualquer jeito, o filme fecha com uma frase de efeito impactante, uma “moral da história” que eu, particularmente, achei bem legal: “melhor derramar seu próprio sangue do que derramar o sangue de um inocente...”.
Eis um filme de aventura e fantasia tão bom quanto qualquer clássico do Spielberg (ou tô exagerando?) – e que deixa o “conto de fadas” do coitado do Shyamalan comendo poeira. E eu concordo plenamente com o disse a Casey, geniazinha, no blog dela: “É um daqueles filmes no qual alguns dos humanos são infinitamente mais apavorantes do que qualquer monstro imaginado escondendo-se no armário ou debaixo da cama”. E talvez seja essa a grande sacada do filme: mostrar que o ser humano consegue ser mais assustador do que uma longa procissão de criaturas bizonhas e pavorosas.
* * * * *
Vi duas peças de teatro bem legais esses dias, apesar de só serem recomendadas para quem tem o estômago forte. A primeira foi o monólogo “Primeiro Amor”, do Samuel Beckett, lá no Espaço dos Sátyros da Praça Roosevelt. Não sou pessoa de confiança para dar meu parecer objetivo sobre essa peça porque, tendo chegado umas horas antes da hora, nos entretivemos no boteco da esquina por algumas garrafas, de modo que entrei no teatro já sutilmente bêbado e tendo que suportar, a partir da 2ª metade do espetáculo, uma maldita vontade de mijar que só fui aliviar ao fim do espetáculo. Males de bebum.
Beckett é tão pessimista, niilista e sombrio que eu só consigo curtir se não levar o lance muito a sério e dar risada, por dentro, duma visão de mundo tão distorcida... Tenho é dó do cara por pensar desse jeito. Na minha adolescência, talvez, eu poderia até curtir tanto pessimismo, tanta rabugice, todo esse trabalho de ficar sempre destacando o que a vida tem de mais repugnante, asqueroso e odiável... Hoje em dia, sinceramente, não tenho a mínima admiração pelos pessimistas. Quero artistas que me ensinem a amar a vida, e não que os que só saibam ficar xingando a vida por não ser como eles queriam...
Mas é inegável que o Beckett escrevia com sangue, muitas vezes, e acabava criando um texto poderoso, forte, impactante. Aquele final, aliás, fica ecoando na cabeça e no coração quando você pisa fora do teatro, contaminado com tanta tristeza: “O amor não se encomenda... O amor, não... O amor não se encomenda...” Na saída, antes de ir embora, ficamos só imaginando os casaizinhos que, atraídos pelo título convidativo da peça, sem conhecer a reputação de mórbido de Samuel Beckett, pensavam que iriam encontrar um lindo e doce romance, bom pra namorar... Quebrariam a cara legal! =)
Vi ainda a ótima “Ovelhas Que Voam Se Perdem No Céu”, parte da Mostra da Cemitério de Automóveis que está rolando lá no Centro Cultural SP (sem falar no show do Maccacos, que rolou antes...). O Mário Bortolloto adaptou alguns contos do Daniel Pellizarri, o gauchinho que escrevia (e muito bem...) para o COL, antigamente, e publicou o livro homônimo pela Livros do Mal. É um retrato meio sombrio da nossa geração, cheio de personagens perdidos na vida, se fodendo nas drogas, na violência, na luxúria, na solidão ou na mais completa falta de amor. Mas o humor, mordaz e sem firula, alivia um pouco o clima pesadão da peça – encenada, aliás, num lugar bastante adequado: um porãozão tosco, lá nas entranhas escondidas do Centro Cultural. Nem palco tem. Muito massa. Até o fim do mês, quero ver se assisto mais uma pá nessa mostra da Cemitério. Agradecimentos sinceros à Clarah por ter recomendado no blog dela, me deixando, assim, louco de vontade de ir lá conferir...
* * * * *
PARAFRASEANDO BECKETT
(chama como quando a gente pega uma frase de outra pessoa e inventa em cima, adiciona coisas, tenta melhorar...? É paráfrase, é plágio, é cretinice ou o que é? Sei que não resisti e criei em cima da melhor frase do “Primeiro Amor”. Ficou assim:)
O amor é como estar no exílio, morrendo de saudades de casa, e só receber míseros cartões postais da terra natal, e muito de vez em quando.... E, é claro, esses cartões postais, longe de nos curar o vazio no peito, só fazem arder ainda mais forte a ferida da saudade...
(Eu, aliás, nem cartões postais tenho recebido.)
|